José Adilson Rodrigues dos Santos, conhecido como Maguila, faleceu nesta quinta-feira (24), aos 66 anos. O ex-pugilista foi diagnosticado há 15 anos com Encefalopatia Traumática Crônica (ETC), uma condição degenerativa frequentemente referida como demência pugilística. Essa doença é comum entre atletas que sofreram repetidas lesões na cabeça.
O que é a demência pugilística?
Identificada pela primeira vez em boxeadores na década de 1920, a demência pugilística e a ETC são consideradas a mesma doença. Com sintomas que se assemelham aos do Alzheimer, a ETC afeta, em sua maioria, atletas de esportes de contato, com o boxe sendo uma das modalidades mais impactadas. Embora a ligação entre trauma craniano repetido e o desenvolvimento da ETC seja bem estabelecida, não se compreende totalmente por que algumas pessoas que sofreram lesões na cabeça não desenvolvem a condição.
Cerca de 3% dos atletas com múltiplas concussões, mesmo que leves, acabam desenvolvendo a ETC.
Sintomas da demência pugilística
Os sintomas iniciais da ETC incluem:
- Alterações de humor: como depressão, irritabilidade e uma sensação de desesperança.
- Comportamento anômalo: incluindo impulsividade, explosividade e agressividade.
- Comprometimento cognitivo: que pode se manifestar como perda de memória e dificuldades nas funções executivas.
- Anormalidades motoras: como parkinsonismo, ataxia e disartria.
Existem dois padrões clínicos principais para a doença:
- Distúrbios de humor e comportamentais: esses sintomas podem aparecer na juventude, por volta dos 30 anos, com a disfunção cognitiva surgindo posteriormente.
- Comprometimento cognitivo tardio: ocorre mais tarde na vida, por volta dos 60 anos, com os distúrbios de humor e comportamentais aparecendo após o declínio cognitivo.
Tratamento e cuidados
Atualmente, não existe um tratamento específico para a encefalopatia traumática crônica. Quando a demência se desenvolve, são empregadas medidas de suporte semelhantes às utilizadas para outras formas de demência. Isso inclui garantir que o ambiente do paciente seja acolhedor e familiar, além de usar recursos como grandes relógios e calendários para auxiliar na orientação.
Além disso, medidas de segurança, como sistemas de monitoramento, são fundamentais para pacientes que tendem a se desorientar.
Questões no final da vida
A deterioração progressiva da percepção e do julgamento em pacientes com demência pode tornar necessário designar um familiar, tutor ou advogado para supervisionar decisões financeiras e outras questões importantes, visando o bem-estar do paciente.
Crédito: Celina Bernardes
Fonte: Redação
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